A fé sem as obras é morta (Tg 2,17)
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sexta, 18 de julho de 2025

Na Bíblia, Tiago escreveu. Mas na Paróquia de Frederico Westphalen pode-se constatar que a FÉ ESTÁ BEM VIVA e com obras. Não pretendo justificar a asserção. Contudo, sou obrigado a reconhecer a fé da população, assentada em obras, na Festa de Santo Antônio. Nesta semana, a incansável Vera Hartmann exibiu o resultado financeiro: lucro líquido, descontadas todas as despesas, R$ 401.000,00. É de causar inveja a muitas paróquias, não só da nossa Diocese, reconhecidamente generosa, mas de todo o Brasil. Proporcionalmente, é de se registrar a sentença do imortal monsenhor Vítor Battistella, que a adjetivou de “Prima inter pares” (a primeira entre as demais). Assim se entende que há mais de 70 anos, o povo ergueu este imponente templo da Catedral, quando a Paróquia contabilizava menos de dez mil habitantes.

Devemos registrar a dedicação de todos os paroquianos, por apresentar um lucro expressivo de mais de 400 mil reais. Quanta gente envolvida. Festeiros, colaboradores, pessoas trabalhando na coleta, na organização da festa e das noitadas, deixando de lado seus compromissos profissionais para se doar aos afazeres específicos. Ressalte-se que a coleta entre os empresários alcançou um resultado de R$ 136.000,00. Em muitos lugares, as empresas apenas se interessam pelo SEU balanço financeiro. Na nossa paróquia, as lideranças econômicas atuam também no setor religioso.

Não foi deixado de lado, o aspecto espiritual. Durante a novena, a igreja esteve sempre lotada. Foi oportunizado amplo espaço para confissões. Deste modo, muita gente aproveitou para colocar em dia as dívidas com a consciência. Por que o Céu não se compra com moeda. Quando foi anunciado o lucro líquido da festa, um sorriso se desenhou na fisionomia dos fiéis, que retrataram em palmas a sua felicidade. 

Não me limito apenas à Festa de Santo Antônio, mas a todas as festas dedicadas aos padroeiros das nossas paróquias. Aquele trabalho gratuito do pessoal envolvido é sim um trabalho de evangelização. Às vezes, pessoas há que, no dizer da Ministra Crespan, facilmente erguem os braços para rezar “Senhor, Senhor...” mas tem dificuldade em baixar os braços para o bolso, na hora de expressar sua piedade financeira.

Lembro as Bodas de Caná. Tinha acabado o vinho. Os noivos calcularam mal e iriam pagar um mico federal, faltando aquela bebida licorosa, seria como hoje a cerveja e o chope. Muitos iriam criticar em todos os cantos da cidade e durante toda a vida, comentariam a gafe matrimonial. Porém, a Mãe de Jesus, percebendo o problema, falou ao seu Filho para que resolvesse o impasse. De cara, Ele se esquivou dizendo que “ainda não tinha chegado a sua hora...” Quem sabe até argumentou que com mais vinho, os presentes iriam se embebedar e o fato não era da sua alçada. Todavia, a Mãe simplesmente ordenou aos empregados “fazer tudo o que Ele mandar”. O final do episódio todos conhecem. E o primeiro milagre da vida de Jesus foi transformar água em vinho, algo totalmente material. Para aqueles pseudo-cristãos que trombeteiam que Igreja não precisa de dinheiro, tentando se esquivar da contribuição e do Dízimo, REFLITAM sobre o comportamento de Cristo, em Caná da Galileia, ofertando vinho para animar a alegria dos convidados.

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