Defeitos que nos fazem amar
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sexta, 25 de julho de 2025

Amamos tanta gente desde que surgimos nesse mundo.... Amamos os pais, a babá, os parentes próximos, a professora. Amamos a primeira namorada, sem saber que viriam outras que nos fariam amar de maneira igual ou maior sem, porém, esquecê-la jamais. Amamos não só pessoas, mas objetos.... Nossos diários de adolescente, nossa velha calça jeans e o blusão já roto de tanto usar. Amamos comidas, sabores, aromas e cores que nos confundem diante de tanta diversidade. Amamos nosso time do coração e nossas rotas de viagens, muitas vezes nunca concretizadas. Amamos nossas raízes (ou pelo menos deveríamos), nossa cor de pele, nossa etnia. Amamos o verbo, tão cheio de notícias, poemas e devaneios que estampam diariamente os jornais. Amamos a melodia das muitas músicas que compõem nosso repertório. Amamos até o que não conhecemos e nunca vamos ter, e que nos faz sonhar.

E são tantas as coisas que nos arrebatam e nos fazem amar, que passa ser diferente quando amamos o que não deveria ser. Quando amamos na contramão, do tipo não indicado, com direito a falas como “eu avisei...”. Diria que é fácil amar o que parece perfeito, certinho, ideal e belo, pois o risco é mínimo de se surpreender. Pois, quando amamos “padrões” quase tudo é presumível, do contrário, é conviver com o acaso. Viver com uma lista na mão a procura do príncipe encantado ou da Bela Adormecida, é coisa de Contos de Fadas. Saiba que seu príncipe ou sua Cinderela virão com defeitos... e muitos, e nem por isso você precisa deixar de amá-los, na medida que quem ama até consente certos defeitos.

Se os atributos nos encantam e hipnotizam em um primeiro instante, são os defeitos que nos fazem amar e dizer “me espera que já estou chegando”, além do que, certamente o que pode ser defeito para alguns, para outros é qualidade. O teste do amar é entender que o tempo que envelhece, que faz engordar, que faz a barba crescer, que muda cortes de cabelo, cria tatuagens impensáveis e gostos musicais duvidosos, não faz diferença no gostar... pois quem gosta passa a enxergar com o coração como decanta Shakespeare “A verdade é que não te amo com meus olhos que descobrem em ti mil defeitos, mas com meu coração, que ama o que os olhos desprezam. ”

Bons Ventos! Namastê.

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