A palavra latina SACRA POTESTAS significa SAGRADO PODER. Pois o poder de que é revestido o sacerdote é sagrado, é divino, é sobrenatural, superando qualquer outra autoridade deste mundo. Nós, os humanos, às vezes, não lhe damos o devido valor porque o visualizamos com nossos olhos mortais, sensíveis, aquilo que parece. São João Maria Vianney dizia que “frente ao padre, deveríamos tremer, tal a sua potência” – Comecemos com a missa, na hora da consagração, em que ele pronuncia as palavras “Isto é meu corpo, isto é meu sangue” – e aquela hóstia de farinha de trigo e o vinho no cálice, se transformam no Corpo e Sangue de Cristo.
Muita gente não acredita. Então, o sacerdote adverte: “Mistério da Fé”, sim, porque aos olhos humanos, a farinha e o vinho continuam espécies materiais. No entanto, o próprio Cristo pregava: “Se tiverdes fé, direis a esta montanha que se lance ao mar, e o milagre acontece”. Toda a religião está alicerçada na fé. Por isso, não adianta discutir, arrazoar, argumentar, filosofar, pois este é um campo sobrenatural, acima da natureza, acima da ciência. Em sua pregação de três anos, junto aos apóstolos e discípulos, Cristo cansou de reprová-los “Homens de pouca fé” – apesar de todos os fatos miraculosos que executou em sua presença.
E o sacerdote é o Ministro de Deus, seu Embaixador, seu Representante. Como Deus não se manifesta, usou a figura material do padre, para se comunicar conosco. Óbvio que o padre, por ser humano tal qual nós, carrega também as imperfeições e fraquezas das quais muita gente se escandaliza. Quando falavam mal de um padre ao Rei da França, ele repreendia: “Respeitem este padre. Ele pode ser aquele que no final da minha vida, venha me dar a absolvição”. E eis aí outra POTESTAS do padre: perdoar pecados. Já imaginaram a gente devendo uma quantia impagável no banco, e o gerente chama e segreda: “Saiu uma lei agora, e o senhor não deve mais nada”. É o que o padre faz no confessionário, deletando toda a nossa sujeira, a nossa vergonha.
Assim, como os doutores são médicos do corpo, o padre é o médico da alma. Ele está a nosso serviço, aconselhando, orientando, levantando nosso astral. E no final, ele nos abençoa. Algum outro profissional tem este PODER de abençoar, de benzer? E a gente se sente confortado, animado. E o que dizer do despojamento do padre: Ele renuncia à sua família, para se dedicar totalmente às nossas. A Igreja canta na liturgia:
“SER SACERDOTE é estar revestido – De igual poder TAL QUAL JESUS. É TER A MESMA MISSÃO DIVINA – De sal da terra, do mundo luz”.
A vocação de padre, não é ele que a elege. “Não fostes vós que a desejastes. Fui Eu que vos escolhi”. Deus a implantou no coração de alguns privilegiados, sem consultá-los. E eles poderão aceitá-la ou rejeitá-la. E uma vez ordenado sacerdote, ele o é para TODA A ETERNIDADE. Como nós, no fim da estrada matrimonial, podemos concluir que não era este o nubente, o padre também pode ter decidido erroneamente. Encerro com a sentença do Cura d’Ars que reflete todo o comentário: “Se eu encontrasse na rua a Virgem Maria e um sacerdote, saudaria primeiro o sacerdote”.
