O ser humano é um constante inquiridor da vida, e por mais que esteja em uma situação satisfatória e até desejável por outros, está sempre a espreitar o que acontece na vida alheia e achar que a sua poderia ser melhor. Busca mudanças, mesmo quando não necessárias, e cobra da sociedade o que muitas vezes também não faz. Somos assim porque nos foi ensinado que estagnar é ficar no passado, mas por que buscar mudanças quando as coisas estão boas? Nesse caso, o provérbio português ensina que “Em time que está vencendo, não se mexe”. Isso não quer dizer sinônimo de comodismo ou conformismo, mas ter a sabedoria de só mudar quando realmente for preciso, a mercê de seguir modismos. Ou seja, a mudança tem que ser um anseio nosso e movido por nossos ideais de vida – fruto de uma longa reflexão interior sobre como queremos nosso futuro. Porém, incorremos em erros comuns como planejar grandes mudanças sem observar os detalhes ou culparmos o mundo por nossa frustração e inconformismo.
Certo que é mais fácil culpar os outros e entrar em um processo de vitimização ou de ira do que olhar para dentro e analisar nossos pormenores. Ocorre que nossa responsabilidade diante dos acontecimentos é fator preponderante para o desdobramento de possíveis mudanças, pois Ghandi já alertava " Seja a mudança que você quer ver no mundo". Partindo do pressuposto que a mudança é uma dinâmica que começa em nós e a partir de nós, logo não precisamos de manuais de autoajuda para nos indicar um processo que só cabe a nós escrever. E se a decisão indicar mudanças, o momento exigirá conscientização, lucidez e reflexão, bem como, enfraquecer um pouco o “ego” a fim de acolher uma proposta mais inclusiva dos nossos interesses com os das pessoas com as quais estamos interligados. Sim... Estou falando de “responsabilidade coletiva”, pois não vivemos isolados e o mundo não gira apenas em nossa volta, sem falar que “para toda ação, existe uma reação de mesmo valor, mesma direção e sentido oposto”, forçando uma aproximação com a terceira lei de Newton. Assim, concomitante às cobranças para que os políticos sejam honestos, que a sociedade seja inclusiva, que os preconceitos sejam banidos, que a violência diminua, que a pluralidade cultural seja uma realidade, que credos e ideologias não separem os homens, que a liberdade de expressão seja respeitada, entre tantas outras coisas, é necessário que façamos a nossa parte na regeneração dos valores, conceitos e paradigmas da sociedade.
Bons Ventos! Namastê.
