O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema (NUPVE), obteve destaque nacional nesta semana com o Projeto Sin@is: Precisamos falar sobre Violência Extrema, idealizado a partir de uma atuação da promotora de Justiça Michele Taís Dumke Kufner em Frederico Westphalen. Na quarta-feira, 3, o projeto foi anunciado como vencedor da categoria Ministério Público na 22ª edição do Prêmio Innovare, promovido pelo Instituto Innovare, com apoio do Grupo Globo. A premiação é considerada a mais relevante do setor jurídico no país.
No mês anterior, o Sin@is já havia conquistado o primeiro lugar no concurso de boas práticas do Conselho Nacional do Ministério Público, durante o Congresso Nacional do MP. “Conquistamos o maior prêmio da área jurídica do Brasil, que reforça o reconhecimento e a importância do projeto e da prevenção à violência extrema”, afirma a promotora Michele, que integra o NUPVE e atua como capacitadora do projeto.
Ao todo, 702 práticas participaram da premiação, distribuídas em sete categorias. Criado em 2004, o Prêmio Innovare reconhece iniciativas que contribuem para o aperfeiçoamento da Justiça brasileira.
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Promotora de Justiça de FW, Dra. Michele Taís Dumke Kufner
Como o projeto começou
O Sin@is teve origem em 2023, após uma escola da Comarca de Frederico Westphalen relatar comportamentos de um adolescente que despertaram preocupação: falas violentas, apologia ao nazismo, interesse por armas, histórico de bullying e isolamento. “Hoje entendemos que são sinais de radicalização on-line, na época ainda não sabíamos”, explica a promotora.
Após o cumprimento de um mandado de busca na residência do jovem, a Promotoria identificou a necessidade de uma ação conjunta da rede municipal. A partir desse caso, e com a participação do procurador de Justiça Fábio da Costa Pereira, coordenador do NUPVE, surgiu a concepção do projeto.
Expansão no Estado
Implementado no NUPVE em 2024, o Sin@is passou a realizar capacitações direcionadas a profissionais da educação e integrantes das redes de proteção. Os encontros abordam o processo de radicalização e os sinais que antecedem episódios de violência extrema em escolas. “Procuramos explicar para as redes de educação e proteção o fenômeno da radicalização online e os sinais emitidos pelos jovens antes de um ataque”, afirma Michele.
Com a adesão de novos integrantes do Ministério Público em 2025, o projeto ganhou alcance estadual. Já foram mais de 17 mil pessoas capacitadas em cerca de 240 municípios. Em Frederico Westphalen, três capacitações foram realizadas entre 2024 e 2025, e novas edições estão previstas para 2026, incluindo o fortalecimento do projeto Eu Enxergo os Sin@is, voltado à conscientização digital de pais.
Confira a matéria completa na edição de sábado, 6.
