Crescer é um processo curioso. A gente passava a infância acreditando que sabia de tudo. E a adolescência, que tanta autossuficiência nos dava, queria confirmar essa tese. Mas aí chegamos na vida adulta e, sem perceber, nos pegamos repetindo as frases dos nossos pais. E então a ficha não apenas caiu, mas despencou.
O que cada pai ensinou lá atrás – e que somente bem adiante a gente compreendeu melhor – é que não precisamos de muita coisa para ser feliz. É muito provável que a grande maioria dos pais ensinou, por exemplo, que o filho ou a filha pudesse ser luz nas vidas das pessoas, que fossem amigos de verdade, que ouvissem mais e que falassem menos.
A gente cresce rotulando o pai como um super-heroi e embora esse assunto seja passível de um bom debate, a verdade é que ele é apenas um homem comum tentando dar o melhor de si. A maior lição de um pai é quando ele ensina que o verdadeiro valor de uma pessoa não está no que ela tem, mas no que ela é. Honestidade, empatia, a honra da palavra e a mão estendida ao próximo são, no conjunto da obra, o maior troféu que um pai pode receber de um filho. É quando ele pode bater no peito e se orgulhar de que tudo valeu a pena. Esse é o verdadeiro troféu que um pai almeja.
Quem é pai sabe que por vezes somos vistos como chatos ou exigentes. Assim como achávamos “nossos velhos” assim, também. E quer saber? Se nos taxarem com essas características, iremos rir e entender que tudo não passa de um amor muitas vezes exagerado. Afinal, a vida é como um rio: horas de calmaria, horas de turbulência, e a gente só quer que os filhos aprendam a nadar nas duas circunstâncias, com a cabeça erguida e a fé inabalável de que Deus está no controle de tudo.
O fato é que só entendemos verdadeiramente o amor de um pai quando nos tornamos um deles. É nesse momento que percebemos o quanto eles se doaram, se esforçaram e nos amaram sem medidas. E é nesse momento que percebemos que o maior legado que podemos deixar para os nossos filhos não é dinheiro, mas sim o amor e o exemplo.
Acabei nem me ligando de falar sobre futebol, ele que é a parte menos importante dentro das mais importantes. Hoje o foco são os pais, são os filhos, são os direcionamentos e talvez as possíveis dicas que servirão para moldar caráter. O futebol que espere.
