Vivemos em um Brasil de urgências. Um país onde o celular de última geração cabe no bolso de muitos, mas a escola pública de qualidade ainda não chega a todos. Onde o mesmo noticiário mostra recordes na produção agrícola e, na sequência, filas de famílias em busca de doações de alimentos.

É um Brasil que pulsa criatividade, arte e diversidade, mas que também sangra com violência, corrupção e descaso dos governos. Um lugar onde o potencial é gigante, mas parece adormecido, amarrado por interesses pequenos diante de problemas enormes de rivalidades entre opositores do poder sem se preocupar com o povo.

É um Brasil onde a Justiça não foi feita para governar, mas governa. Politicamente, vivemos tempos de trincheiras. Não se debate mais ideias: se ataca pessoas. O diálogo é substituído por rótulos, e as redes sociais, que poderiam aproximar, viram arenas de ofensa. Quem ganha com isso? Certamente não é o cidadão comum, que precisa de soluções, não de brigas.

Na economia, seguimos um jogo de altos e baixos: alguns surfam na onda das oportunidades digitais e do agronegócio pujante, enquanto outros afundam no desemprego ou se agarram à informalidade para sobreviver. É como se convivêssemos em dois Brasis que raramente se encontram. De empresas que que estão sangrando em consequência de rixas particular entre o atual e o ex-presidente.

E nós, como sociedade, também precisamos olhar no espelho. Muitas vezes reclamamos do país, mas fechamos os olhos para pequenas corrupções diárias, para o voto irresponsável, para a falta de participação nas decisões locais. Não dá para mudar o Brasil de fora pra dentro — começa em cada um de nós.

O Brasil que vivemos é, ao mesmo tempo, incrível e revoltante. Está nas nossas mãos decidir se vamos continuar assistindo a mesma história se repetir ou se vamos escrever um capítulo diferente, onde justiça, igualdade e progresso não sejam exceção, mas regra.

Não costumo escrever sobre temas assim, mas está repugnante ouvir as barbáries de um poder corrupto e com foco na vingança, ao invés na solução dos gigantes problemas que estamos enfrentando.

Até a próxima