O Inter não apagou a lanterna de Diógenes
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quinta, 04 de setembro de 2025

Na Grécia antiga, certa vez em pleno meio-dia, perambulava pelas ruas um indivíduo, com uma lanterna na mão. A população estranhou o fato inusitado e perguntou a ele o motivo de andar com um lampião na plena luz do sol. O filósofo, meio louco meio sábio, respondeu que andava à procura de um homem, Homem com H maiúsculo, com as características de um cidadão honesto, competente, inteligente. Nosso imortal Machado de Assis, dois milênios depois, escreveu um artigo com o título: “Apaguemos a lanterna de Diógenes, pois encontrei um HOMEM”. Referia-se a um barbeiro ao qual se aplicavam os adjetivos acima.

Pois bem. Temos a impressão que o Sport Club Internacional ainda não encontrou um Homem que tenha as qualificações para dirigir a colorada entidade. Aquele que aí comanda os destinos rubros, governou o Inter durante três anos. Exceto um mísero Gauchão, não conquistou um título sequer. Imaginem. Foi para as urnas e conseguiu a reeleição. Em outras palavras, o eleitorado avalizou a gestão. Então, é muito óbvio que o Inter seja desclassificado da Libertadores, da Sul-Americana, da Copa Brasil, do Gauchão, pois o povo rubro aprovou o seu trabalho. Alguma surpresa? Então, ninguém se queixe. Estamos dentro da normalidade. E preparem-se: esta diretoria estará mais um ano e meio no comando. Parabéns aos democratas colorados da capital!!!

Hiltor Mombach, no CP dia 22/8 lembrou ainda que o presidente Barcellos, de dez competições, foi eliminado em nove, apelidando-o de “Colecionador de Eliminações”. Recentemente foi derrotado três vezes pelo Flamengo. No último jogo, nossos atletas apresentaram um jogo medíocre, próprio de mercenários. Allan Patrick, entrevistado no final da partida, estava tranquilo, nem a camisa tinha suado. Logo ele, o capitão de um time que custa 16 milhões/mês. Aquele fiasco do papel picado, legítimo papelão de um clube de terceira categoria, custou multa de cem mil reais. Uma vergonha!

Agora, querem transformar o Inter numa SAF. Amanhã, então, vestiremos a camisa de uma Lever, de uma Samsung, de uma Ford, porque se concluiu que lá haverá um dirigente competente. Se for competente lá, porque não o trazem aqui, para dentro do Beira-Rio? Será que o eleitorado colorado não possui um HOMEM capaz? Se Porto Alegre não tem ninguém, avisem que nós arrumamos um aqui do Alto Uruguai.

Um país, um Estado, um município, uma empresa, uma família para ir bem tem de ter um dirigente qualificado. Nosso cacique atual, além de amontoar fiascos no campo, ainda deixou as finanças estraçalhadas, com um déficit de mais de um bilhão. Já estavam para hipotecar o estádio. É até possível que tal ocorra. O único patrimônio inegociável é a torcida que sofre e apenas coleciona derrotas. Não existe um Getúlio Vargas rubro, que brade “Colorado, de pé pelo Brasil”? Ou estamos condenados a viver “eternamente deitados em berço esplêndido?” Churchill, após Londres ser bombardeada pelos nazistas, consolou a população: “Agora, só posso oferecer sangue, suor e lágrimas. Mas venceremos a guerra”. Presidente Barcellos: O Sr. nos garante a vitória ou continuará a nos oferecer somente lágrimas? E não culpem o técnico ou os jogadores, pois quem os escolhe é o dirigente do clube.

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