O Cursilho está de luto!
Os textos e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, e não traduzem a opinião do jornal O Alto Uruguai e seus colaboradores
sexta, 19 de setembro de 2025

Foi enterrado neste 15 de setembro, o corpo de Apolinário Gabriel Gadonski. A Missa de Réquiem foi celebrada pelo pároco, monsenhor Leonir Agostinho Fainello, que proferiu fantástica homilia. A Catedral estava quase que lotada, apesar de ser uma segunda-feira fria e chuvosa. O grande número de fiéis demonstra a admiração e carinho que a comunidade nutria pelo saudoso falecido.

O município perde um extraordinário cidadão, um funcionário público exemplar. Apolinário trabalhava na Secretaria da Fazenda, lidando com dinheiro. O maior elogio que a ele se atribui é que nunca se ouviu falar de que, algum dia, ele teria se lambuzado manuseando o vil metal. Além da correção, agraciava todos os munícipes com fino trato e simpatia. Parecia até que o povo pagava seus compromissos municipais de bom grado, quando, é sempre doloroso ter de botar a mão no bolso.

A Paróquia sente a ausência de seu membro precioso. Apolinário participava de vários movimentos religiosos, sempre na primeira frente de batalha, dada a sua liderança inata e sempre transpirando otimismo. Dificilmente alguém pode afirmar tê-lo visto macambúzio. Na missa de despedida, monsenhor Leonir o classificou de “missionário leigo” tal foi o seu comprometimento com a religião. Extremamente engajado, jogava-se na batalha de corpo e alma, contaminando os que lhe estavam próximos.

Mas foi no Cursilho que Apolinário gastou toneladas de energia, suor, tempo e profissão. Quem fez Cursilho sabe que são três dias consumidos no trabalho da evangelização. E ele coordenou nada mais nada menos que dez Cursilhos, o que exige dedicação total não apenas nos três dias, mas durante toda a semana. Quem tem a missão de coordenar um Cursilho sabe que a preparação envolve até meses de dor de cabeça, preocupação e responsabilidade que vai desde a oração até a alimentação. Este assim chamado retiro de leigos para leigos é extremamente exigente, por isso que ele deixa marcas profundas no cristão que dele participa.

O carisma do Apolinário conseguia tornar leve este período, seja para os palestrantes, seja para os participantes. A mensagem por ele proclamada não cansava o auditório, pois sabia temperar o assunto sério com piadas, ficando famosa aquela do “galo cursilhista”. Aqui na terra sua missão acabou. Acredito até que São Paulo, o patrono do Cursilho, o chamou para coordenar um Cursilho lá no Céu, pois é certo que muito bem-aventurado como Pedro, André, Tiago, Simão e Tadeu, rudes pescadores, adentraram o paraíso sem muitos conhecimentos da doutrina cristã!

A morte é a porta pela qual ingressamos na eternidade, ou celestial ou infernal. Este é o destino de todo o ser humano. Apolinário, mesmo desfrutando de um organismo atlético, na adolescência era um robusto camisa 5, mesmo orientado por médico da família, foi vitimado pela terrível peste do século, o câncer. Carregou esta cruz com galhardia, tendo ao lado a extremosa Elíria Binotto. Como colorado, que fale lá em cima, com Dom Bruno, que não nos deixe nunca mais cair de quatro...

Fonte: