O Jornal O Alto Uruguai concluiu, nesta quarta-feira, 29, a série “Jogada Ensaiada Extra” com os candidatos à presidência do Grêmio. O último entrevistado foi Jorge Bastos, da Chapa 3, que falou sobre sua trajetória no clube e apresentou propostas para o futuro da instituição. Bastos também explicou os motivos que o levaram a colocar seu nome à disposição do pleito no prazo final para inscrições das chapas, em 24 de outubro.
Durante a entrevista, o dirigente recordou a origem do movimento Grêmio Novo, o primeiro grupo político formalizado dentro do clube, no fim dos anos 1990. “Naquele período, o Grêmio era administrado por grupos ligados a ex-presidentes e contava com poucos sócios. Nossa ideia era dar voz à torcida dentro do Conselho Deliberativo”, afirmou. Bastos também relembrou sua passagem como vice-presidente do clube nas gestões de Paulo Odone (2005 e 2006), período que marcou o rebaixamento e o posterior retorno à Série A na histórica Batalha dos Aflitos.
Gestão e finanças
Bastos destacou a experiência adquirida em momentos de crise e defendeu um modelo de administração com foco em planejamento e controle. Segundo ele, o clube conseguiu reorganizar suas contas no passado com a criação de um condomínio de credores e a reestruturação das categorias de base. “Queremos aplicar uma gestão estratégica, com metas e avaliação de desempenho em todas as áreas”, disse.
Relação com o torcedor
Para o candidato, é fundamental restabelecer o diálogo entre diretoria e torcida. Ele defendeu maior presença do presidente e transparência na comunicação. “O Grêmio é um clube associativo, sustentado pelo torcedor. O presidente precisa estar presente e dialogar com o sócio, independentemente dos resultados”, afirmou. Bastos também propõe ingressos mais acessíveis e a meta de manter 40 mil torcedores por jogo na Arena.
Interior e sócios
Ao falar sobre o torcedor do interior, Bastos ressaltou a importância dessa base para a identidade gremista. Ele defende o fortalecimento dos consulados, a criação de um programa de recepção a torcedores que viajam a Porto Alegre e a ampliação da comercialização de produtos oficiais em todo o Estado. Também propõe entrada gratuita de sócios no Memorial e no tour da Arena.
SAF e modelo de clube
Sobre a possibilidade de transformar o Grêmio em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), Bastos disse que o tema deve ser tratado com cautela. “A SAF deve ser analisada como possibilidade de captação de recursos, mas sem comprometer a identidade do clube. Qualquer proposta precisa ser submetida à avaliação do sócio”, afirmou. Ele acrescentou que há alternativas, como fundos de investimento e outras formas de capitalização sem transferência de controle.
Estrutura administrativa e futebol
Bastos afirmou que a chapa é composta por profissionais com experiência em gestão, finanças e marketing, e que o desempenho de cada diretor será acompanhado por indicadores. Ele também defende a valorização das categorias de base como prioridade no futebol. “O Grêmio tem bons jogadores nas categorias sub-17 e sub-20, que precisam ser integrados ao grupo principal. As contratações serão pontuais, focadas em atletas que se encaixem no esquema da equipe”, disse.
Ao encerrar a entrevista, o candidato agradeceu o espaço e afirmou que sua candidatura representa uma alternativa de gestão “baseada na experiência e na renovação”. “Esperamos o apoio dos conselheiros e, se avançarmos ao segundo turno, do associado gremista, para recolocar o clube no caminho da estabilidade e das conquistas”, concluiu.
Confira entrevista com Jorge Bastos, candidato à presidência do Grêmio