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Rainhas das Quadras
Por eles e por elas
Jaqueline Almeida, a jogadora que carrega consigo o sentimento de seus familiares e amigos dentro das quadras
Por: Eduardo Faria
Publicado em: sábado, 01 de novembro de 2025 às 11:28h
Atualizado em: sexta, 31 de outubro de 2025 às 15:36h

Na terceira e última reportagem da série “Rainhas das Quadras” contaremos a história de Jaqueline Almeida, uma mulher de 32 anos, que carrega junto com a paixão pelo futsal uma corrente força e histórias de superação ao longo de sua trajetória pelos ginásios da região.

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Alguns sins e muitos nãos

A caminhada de Jaqueline no futsal iniciou cedo, aos cinco anos de idade, quando ainda pequena, morando com os seus avós em Jaboticaba, era presença certa no Campo do Independente, que ficava sob os cuidados da família. Em meio à função de gandula durante os jogos realizados no campo, a jovem se apaixonou pelo esporte e começou a se desenvolver com a bola nos pés.

No meio deste caminho, uma oportunidade bateu na porta da jovem, que aos 12 anos, passou na seletiva do Internacional. A realidade, porém, foi cruel com a menina, que por um forte apego emocional e com a falta de estabilidade financeira dos avós, acabou tendo de recusar a sua ida para Porto Alegre.

Aos 15 anos, após o falecimento do avô, Jaqueline mudou-se para Frederico Westphalen para estudar e trabalhar. Ao mesmo tempo que a realidade mudava, novas oportunidades foram aparecendo, com a, até então adolescente, entrando para a Escolinha de Futsal do Serrano.

Donas da região

Em FW, a atleta amadora, juntamente com outras cinco amigas, formaram um time de futsal, para representar o município nos campeonatos afora, o “Poolar Futsal”, que durante oito anos foi figura carimbada nas competições regionais. No Poolar, as jovens venceram campeonatos em Caiçara, Ametista do Sul, Vista Alegre, Seberi, Frederico Westphalen e muitos outros lugares, deixando o nome do clube conhecido no futsal feminino do Médio Alto Uruguai.

Uma perda irreparável

Em meio aos sucessos e glórias da equipe, uma tragédia abalou as jogadoras do Poolar Futsal. O falecimento da capitã Kati, por Covid-19, levou a equipe a ficar um ano sem atuar, voltando às quadras só no ano de 2023, ganhando campeonatos em Ametista do Sul e Frederico Westphalen. “Jogamos por ela, o que, pra mim, foram as finais mais difíceis de se jogar”, destaca Jaqueline.

Preparando a sucessora

Atualmente, Jaqueline Almeida, formada em Técnico em Administração, trabalha como funcionária pública e é mãe de Maria Juliana (Maju), de quatro anos de idade. Nas quadras, a atleta amadora atua pelo Grêmio Esportivo Castelinho, juntamente com algumas das companheiras dos tempos de Poolar Futsal. “Para mim, o que mais me faz ter orgulho, independente de qualquer troféu, é chegar nos lugares e ser bem recebida pelas pessoas, as memórias de cada jogo e de cada competição fica na minha memória como um filme e isso não tem dinheiro que pague”, declara Jaqueline.

Por fim, a técnica administrativa, conta sobre o orgulho de poder levar a pequena Maju para acompanhar a mãe pelas quadras da região. “Ela ama me ver jogar. Eu sempre pedi a Deus que me desse essa oportunidade de sentir esse sentimento, de ver ela nas arquibancadas torcendo por mim, não consigo descrever o sentimento.”, fala a multicampeã do Médio Alto Uruguai.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai