Vivemos tempos em que muitas pessoas parecem ter se especializado em apontar culpados para tudo o que lhes acontece na vida. É a era do “coitadismo” e do “vitimismo”, duas atitudes que, embora pareçam inofensivas, são venenos lentos que paralisam a vida e impedem o crescimento pessoal. Quem se coloca constantemente no papel de vítima está, na verdade, abrindo mão da própria força e do poder de transformação que cada um possui.
O coitadismo nasce do hábito de se enxergar sempre como alguém injustiçado: “ninguém me ajuda”, “ninguém me entende”, “a vida é dura comigo”. É um discurso que soa piedoso, mas que esconde uma profunda resistência à responsabilidade. Quando a pessoa se acostuma a culpar os outros, o governo, o chefe, a família, o destino, ela cria um abrigo confortável para justificar a própria estagnação. E, nesse abrigo, a esperança vai definhando aos poucos.
Já o vitimismo é uma armadilha ainda mais sutil: ele mascara a autocompaixão em forma de moral superior. O vitimista se sente injustiçado, mas também quer ser reconhecido como o único que sofre, o único que “faz tudo pelos outros”. No fundo, há uma necessidade constante de atenção e validação, como se o sofrimento fosse um troféu. Essa postura não gera empatia verdadeira, apenas cansa quem está por perto e impede que a pessoa encontre soluções reais.
A verdade é que todos enfrentamos dificuldades, perdas e injustiças. A diferença está em como reagimos. Enquanto o coitadismo paralisa, a responsabilidade liberta. Quando alguém decide olhar para dentro e dizer “o que posso fazer para mudar isso?”, começa o processo de superação. Ninguém é dono da sorte, mas todos são donos da atitude.
Assumir o comando da própria vida é um ato de coragem. É compreender que a dor faz parte, mas que ela não define quem somos. A superação não nasce da pena, e sim da decisão. Enquanto houver alguém disposto a se levantar, aprender e seguir em frente, haverá sempre esperança.
O mundo precisa menos de vítimas e mais de protagonistas — pessoas que transformam a dor em aprendizado e a dificuldade em força. Afinal, quem se liberta da síndrome do coitadismo descobre um poder imenso: o de ser autor da própria história.
Até a próxima.