Existe vida após a morte?
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sexta, 07 de novembro de 2025

Penso que todo os cidadãos acreditam na vida após a morte, e esta é uma das razões do mundo inteiro reservar um dia do ano, o 2 de novembro, para os Finados. Seria até uma estupidez imaginar que com a morte tudo acaba, já que o corpo se transforma em pasto dos vermes e não ficando dos falecidos apenas uma lembrança em fotografia. Se reverenciamos a imagem dos que partiram é porque, de alguma maneira, cremos que eles continuam vivendo no “outro lado”. Como isto acontece? Na realidade, não sabemos, pois como escreveu alguém, ninguém voltou para contar!

Os egípcios, uma das mais antigas civilizações, costumavam embalsamar os corpos dos falecidos e davam sepultura especial para os de status mais elevado. As próprias pirâmides, ainda hoje testemunho do progresso daquele povo, eram habitações para a família faraônica, onde guardavam tesouros e armazenavam alimentos, para seus membros ilustres se abastecerem após a morte. Os gregos, inspiração intelectual do mundo ocidental, colocavam na boca do falecido uma moeda. Era uma espécie de pedágio que pagavam ao barqueiro Caronte, que devia transportá-los para a outra margem do rio Aqueronte, no reino de Hades, nos subterrâneos da Terra. Lá, as almas eram julgadas e destinadas ao paraíso, ao Tártaro (sofrimento eterno) ou ao Descanso. Os romanos copiaram da Grécia sua interpretação sobre a vida humana post mortem.

Nossos indígenas, tanto americanos como brasileiros, acreditavam piamente sobre a continuação da existência do ser humano, após exalar o seu último suspiro. E de acordo com seu comportamento sobre a terra, após julgamento, eram condenados ao fogo que não se apaga ou às planícies eternas, onde degustariam a felicidade.

Respeitadas todas as tradições de antanho, nada mais lógico e coerente do que a doutrina do Cristianismo. Lá está eloquentemente expresso o ensinamento sobre o que ocorre a toda a pessoa humana, após a sua morte. A alma, o espírito, o sopro, a vida, a existência (em latim ANIMA) é imortal. Quando se desliga do invólucro corpóreo, apresenta-se ao tribunal divino para o seu julgamento. E de acordo com o seu comportamento receberá prêmio ou castigo. Prêmio que é o Céu, ou castigo que é o inferno. Muitos se questionam sobre a veracidade destes futuros acontecimentos. De um modo obscuro, está inato e indelével na percepção de todo o gênero humano, desde os primórdios até a atualidade, como constatamos nos povos acima. Mas na Religião Cristã, a verdade brilha esclarecedora e insofismável.

Cristo desceu ao mundo para explicar o “outro lado”. Cumprida sua missão, morreu numa cruz. Sua morte é atestada com riqueza de detalhes, chegando ao cúmulo de ter o coração transpassado por uma lança. E foi enterrado. E para que não pairassem dúvidas, o sepulcro foi lacrado e fiscalizado por guardas romanos. Mas, ao terceiro dia, ergue-se glorioso da sepultura, aparecendo para mais de 500 discípulos e inúmeros apóstolos, como atestam as incontestáveis narrativas evangélicas. E para confirmar, a sentença radical de São Paulo: “SE Cristo não tivesse ressuscitado, nós seríamos asnos em praticar a virtude. Deveríamos, então, aproveitar a vida, comer, beber e viver na gandaia, porque logo ali adiante, morreríamos” (1Cor 15,32).

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