Em outubro de 2023, Iraí viveu uma das maiores enchentes de sua história. O Rio Uruguai chegou a 13 metros, levando o município a decretar situação de emergência no dia 9, quando mais de 100 famílias foram retiradas de suas casas. A baixada, próxima ao rio do Mel, que também ultrapassou seu volume normal devido a cheia do rio Uruguai, foi a região mais atingida. Estradas e lavouras no interior também registraram prejuízos.
Naquele período, a Defesa Civil e a prefeitura montaram abrigos no salão da igreja da Vila Militar e no Centro de Múltiplo Uso, além de mobilizar campanhas de arrecadação de alimentos, roupas, móveis e materiais de higiene. Grande parte dos municípios da região, por meio de suas comunidades, se mobilizaram para prestar apoio.
40% de decretos de emergência
O episódio em Iraí fez parte de um contexto mais amplo de calamidades. Segundo levantamento da Agência Pública, o Rio Grande do Sul concentrou 40% dos decretos de situação de emergência por chuvas em todo o país em 2023. O Vale do Taquari foi a região mais atingida, especialmente os municípios de Muçum, Eldorado do Sul e Lajeado. O dado evidencia a dimensão dos efeitos climáticos extremos no Estado, que ainda sofreria danos mais severos com as cheias de 2024.
No ano passado, o Rio Grande do Sul enfrentou uma das maiores tragédias climáticas de sua história. As enchentes atingiram 478 dos 497 municípios gaúchos, impactando cerca de 2,3 milhões de pessoas. Ao todo, 180 mortes foram confirmadas, 32 pessoas ficaram desaparecidas e 806 ficaram feridas, sem contar os estragos na infraestrutura das cidades, estradas e patrimônio público e privado, que segue em reconstrução.
